O PSOL deve, mais uma vez, manter a tradição de lançar candidaturas próprias ao governo do Rio Grande do Norte, como faz no estado desde 2006. Segundo o presidente estadual da sigla, ex-deputado Sandro Pimentel, alguns nomes já se colocaram à disposição para a disputa.
Em documento interno aos filiados ao qual a Agência SAIBA MAIS teve acesso, do último domingo (13), o PSOL afirma que o RN atravessa um ciclo de disputas políticas marcado por frustrações, retrocessos e desafios profundos para as forças populares e progressistas. Neste contexto, para o partido, cabe ao PSOL a responsabilidade histórica de apresentar-se como alternativa real e coerente, com candidaturas próprias nas eleições de 2026 — tanto proporcionais quanto majoritárias.
Sandro Pimentel é o presidente estadual do PSOL/RN
Na leitura da legenda, o cenário de 2026 se desenha como um dos mais desafiadores da história recente. O PSOL aponta que algumas das principais pré-candidaturas, como Rogério Marinho, Styvenson Valentim e Alysson Bezerra, “representam o espectro mais conservador da política estadual”. A sigla lembra que Marinho é o autor da Reforma Trabalhista e aliado direto do bolsonarismo, enquanto Styvenson e Alysson, “ambos com discursos de extrema direita e populista, flertam com o autoritarismo e a criminalização da política”. Já a postulação de Carlos Eduardo Xavier (PT), pelo governismo, seria a “continuidade dos sete anos do governo de Fátima Bezerra, que decepcionou vastos setores do funcionalismo e movimentos sociais, ao governar com timidez e sem enfrentamentos estruturais.”
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À reportagem, Sandro Pimentel diz que o momento eleitoral é oportuno para que o PSOL se apresente enquanto partido e tenha espaço para falar sobre seu programa e propostas.
“Além do que, pelo que temos acompanhado nos noticiários, nenhuma das pré-candidaturas postas nos representa e nem representa os interesses do povo trabalhador do nosso estado”, defende.
Questionado sobre quem seriam esses nomes que poderiam disputar o governo, ele não especificou, mas disse que a sigla fará o debate interno.
“Temos alguns nomes internos que já se colocaram à disposição para essa disputa e, no momento certo, faremos debates internos e escolheremos o nome que melhor representa as propostas e programa do PSOL. Essa é uma escolha democrática que se dará pelo conjunto do diretório estadual ouvindo nossa base filiada e simpatizante”, aponta Pimentel.
Candidaturas proporcionais
O documento defende a construção de uma frente de esquerda social, com a montagem de uma nominata robusta de candidaturas à Assembleia Legislativa, à Câmara dos Deputados, ao Senado e ao Governo do Estado.
“Precisamos construir uma nominata que combine representatividade com densidade eleitoral, que dialogue com a juventude, o funcionalismo, as mulheres, a população negra, a comunidade LGBTQI+ e os trabalhadores do campo e da cidade”, afirma.
“O PSOL deve ser o polo de resistência e de esperança, capaz de reunir militantes, movimentos sociais, lideranças comunitárias e cidadãos comuns dispostos a virar a página do atraso”, diz outro trecho.
O PSOL no Rio Grande do Norte já ocupou uma cadeira na Assembleia Legislativa com o próprio Sandro Pimentel, que acredita que a legenda tem capacidade de retomar sua representação na Casa.
“Sempre montamos nominatas para todas as candidaturas, inclusive elegemos deputado em 2018 e agora nossa meta é irmos ainda mais longe e eleger também para federal”, destaca o ex-deputado.
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