Tudo encaminhado. Frase bem presente nas conversas entre as lideranças do MDB no estado do Rio Grande do Norte. Por incrível que pareça, a história pode se repetir, desta feita, na política do estado potiguar.

Fátima Bezerra(ao centro) ladeada pelo vice governador Walter Alves(direita) e os secretários Luciano Santos e Alan Silveira, ambos do MDB – Foto: Reprodução
MDB e PT, uma história e diversos casos de amor e ódio onde ambos os partidos e sua lideranças se completam. Não conseguem caminhar sem a presença um do outro.
O preâmbulo é uma referência as discursões de bastidores nada amistosas entre os dois partidos, sobre tudo os seu líderes no estado, leia-se, governadora Fátima Bezerra(PT) e o vice governador Walter Alves(MDB).
A avalição que os petistas fazem na atual conjuntura não são nada animadoras em relação ao MDB. É de uma total desconfiança!
Muitos acreditam que as articulações do vice governador e do seu partido tendem a darem “xeque-mate” nos projetos do PT e da governadora Fátima Bezerra que deseja fazer o seu sucessor e de quebra eleger-se para o Senado federal nas eleições de 2026.
Walter tem dito seguidamente de que não será candidato nas próximas eleições, principalmente ao governo estadual. Porém as últimas declarações do seu pai, ex-senador Garibaldi Alves, indicaram um alerta para o PT e Fátima Bezerra.
As possibilidades quanto a uma disputa de reeleição ao governo por parte de Walter Alves não está totalmente descartada. A essa altura do jogo, parece que o MDB não tem mais o dever e nem o que temer em relação a uma possível represália do PT. Pensando nessa possibilidade, o MDB “se arma” como pode e deve desafiar os interesses do PT sim.
As últimas articulações do vice governador fizeram com que três deputados estaduais ingressassem no MDB. Ubaldo Fernandes(PSDB), Ivanilson Oliveira(União Brasil) e Bernardo Amorim(PSDB). Ivanilson e Bernardo aguardam liberação do PSDB, sigla comandada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira, que também deve retornar ao MDB para disputar as eleições do próximo ano.
O MDB, atualmente comanda três importantes secretarias na administração estadual e a Companhia de Águas e Esgotos do Estado do RN (CAERN).
Toda essa movimentação ocupando espaços no governo e no legislativo tende fortalecer cada vez mais o MDB, formando uma bancada com cinco parlamentares, representando força e representatividade junto aos interesses do partido e do seu líder, o vice governador Walter Alves.
Pra cima
A intensão do MDB com essa movimentação é pressionar a governadora Fátima Bezerra a deixar o cargo já no início de janeiro de 2026. Algo que nesse momento estaria fora de cogitação dentro do próprio PT.
O MDB quer espaços e autonomia para administrar o partido sem sofrer interferências e aparelhamento político do PT durante esse período.
A ideia enfraquece os plano do PT que deve concorrer com o MDB diretamente em vários colégios eleitorais para os cargos em disputa e mais do que isso, vê sob perigo as articulações de Walter que podem levar a um projeto político “fora da curva” desenhada pelo PT. Porém, pelo que se pode analisar dentro da conjuntura que se desenha é que Fátima sairá do governo antes do esperado, atendendo aos interesses do MDB.
Por bem ou por mau
Fátima deverá se afastar do governo logo no início de 2026 como planeja o MDB. Se assim não fizer, vai sofrer um evasão partidária de imediato e mesmo que se afaste posterior a esse período, já não terá a simpatia dos “bacuraus”.
Se Fátima Bezerra quiser disputar as próximas eleições 2026, precisará se desincompatibilizar no início de abril, conforme a lei eleitoral e se por um acaso decidir terminar o seu mandato, deverá sofrer a oposição “branca” e enfrentar a fúria do liderado sedento pelo poder, o MDB.
É uma situação que certamente terão que negociar até lá. Certo mesmo, é que a relação atual não garante fidelidade alguma para as próximas eleições. O MDB já entendeu que precisará “se virar”, o PT não terá mais o que dar, porém se “pender” para o outro lado, pode desequilibrar.
