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Elon Musk reage a postagem de Glenn Greenwald sobre denúncias contra Moraes

In Brasil, Mundo
agosto 14, 2024

O bilionário Elon Musk respondeu a um tweet do jornalista Glenn Greenwald sobre a reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo que aponta que o ministro do Supremo Tribunal Federa (STF), Alexandre de Moraes, teria ordenado de forma não oficial a produção de relatórios por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moraes, por sua vez, diz que TSE tem “poder de polícia” e que relatórios solicitados foram “oficiais e regulares”.

Em um texto em inglês, o jornalista norte-americano radicado no Brasil escreveu no X (antigo Twitter): “O juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil que supervisiona seu regime de censura repressiva e outros atos autoritários é Alexandre de Moraes. Obtivemos 6 gigabytes de sua equipe entre seus principais assessores – áudios, mensagens, textos – e começamos a reportar hoje as revelações na Folha.”

Depois de 2 horas e 15 minutos, o Musk respondeu “Wow”, uma interjeição de surpresa.

O conflito entre Moraes e Musk vem desde abril, quando o empresário acusou o ministro de censura e disse que não restringiria perfis do X, mesmo com decisões judiciais. Moraes o incluiu no inquérito das milícias digitais.

Mais cedo, às 19 horas, o perfil Global Government Affairs, oficial do X publicou um ofício enviado à rede para o bloqueio de contas de figuras bolsonaristas, como senador Marcos do Val (Podemos).

O perfil oficial disse que se trata de “censura de contas populares no Brasil”.

As contas não foram bloqueadas. O senador Marcos do Val fez uma publicação agradecendo Musk por descumprir a ordem do ministro Alexandre de Moraes.

Entenda o caso

Reportagem publicada ontem(13) pelo jornal “Folha de S. Paulo” diz que o gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, acionou por mensagens – portanto, fora do rito e de maneira não oficial – um órgão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar aliados do então presidente Jair Bolsonaro.

Os bolsonaristas sobre quem Moraes pediu relatórios tinham postado ataques à lisura da eleição e a ministros do STF, além de incitar militares contra o resultado das urnas.

Ministro Alexandre de Morais – Foto: Mateus Bonom/Estadão Conteúdo

O jornal teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes entre agosto de 2022, já durante a campanha eleitoral, e maio de 2023.

A “Folha” afirma que obteve o material com fontes que tiveram acesso a dados de um telefone que contém as mensagens, não decorrendo de interceptação ilegal ou acesso hacker.

Segundo a reportagem, o TSE foi usado como braço investigativo do gabinete do ministro Alexandre de Moraes na produção de relatórios para embasar decisões contra bolsonaristas. O jornal afirma que as mensagens revelam um fluxo fora do rito, envolvendo dois tribunais, com o órgão de combate à desinformação do TSE sendo utilizado para abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF.

Procurado, Moraes ainda não se manifestou até a última atualização desta reportagem.

O jornal afirma ter tido acesso a “mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles o seu principal assessor no STF, Airton Vieira, que ocupa até hoje o posto de juiz instrutor (espécie de auxiliar de Moraes no gabinete), e outros integrantes da sua equipe no TSE e no Supremo.”
O juiz Vieira também não se manifestou até a última atualização desta reportagem.

Ainda segundo a “Folha”, a maioria das mensagens foi trocada entre o juiz instrutor Airton Vieira, assessor do ministro no STF, e Eduardo Tagliaferro, perito que comandava à época a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) no TSE.

*Com informações de o Estadão/Folha de S. Paulo

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Marcel de Lima, é Jornalista e publicitário. Graduado em marketing e pós-graduado em Jornalismo. Atuações em assessoria de imprensa, diretor de criação, redator e editor de notícia, apresentador e comentarista em emissoras de rádios e televisão.