O Banco Central deve oficializar até o fim de setembro a regulamentação do Pix parcelado, recurso já ofertado por bancos e fintechs, mas sem padronização. A medida dará uniformidade às regras, ampliando a transparência para os consumidores.
Atualmente, cada instituição define taxas, número de parcelas e critérios de concessão de crédito, o que gera diferenças na experiência dos usuários. Com a regulamentação, informações como juros, custo efetivo total e quantidade de parcelas deverão ser apresentadas de forma clara durante a transação.

Medida dará padronização ao serviço, já oferecido por bancos e fintechs, mas alvo de críticas de entidades de defesa do consumidor. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a funcionalidade permitirá dividir pagamentos via Pix sem que o lojista arque com custos adicionais, já que o valor integral continuará sendo recebido à vista. O recurso poderá substituir o cartão de crédito em algumas situações, mas depende de uma linha de crédito pré-aprovada junto ao banco.
Embora a novidade seja vista como uma forma de estimular compras de maior valor, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) alerta para riscos de confusão. A entidade argumenta que associar o Pix a uma operação de crédito pode comprometer a confiança dos usuários, já que o sistema foi construído sobre os pilares de instantaneidade e gratuidade.
Por outro lado, representantes do setor financeiro defendem que a padronização trará mais segurança, clareza e oportunidades para consumidores e lojistas, conforme a CNN. Para eles, o Pix parcelado amplia o acesso ao crédito e aumenta o uso do sistema de pagamentos no dia a dia.
Especialistas alertam que, como em qualquer linha de crédito, o uso deve ser planejado. A Serasa recomenda atenção às taxas cobradas, evitar compras por impulso, simular as parcelas antes de confirmar a operação e não comprometer uma fatia excessiva da renda mensal.
O que é o Pix parcelado?
O Pix Parcelado permite que os consumidores dividam a compra via uma operação de crédito em parcelas com o seu banco.
A opção promete trazer vantagens, segundo a Febraban, e pode ser utilizada pela população no lugar do cartão de crédito. A modalidade poderá ser usada para qualquer tipo de transação Pix, inclusive para transferências.
A funcionalidade é destinada às pessoas que desejam fazer um pagamento instantâneo, porém estão sem dinheiro na conta.
Na prática, o consumidor poderá parcelar o Pix no momento do pagamento, sem precisar solicitar ao lojista. O estabelecimento receberá o valor integral à vista, como ocorre com o Pix normal, sem qualquer risco ou custo adicional.
Quem pode usar?
Para utilizar o Pix Parcelado, é necessário ter uma linha de crédito pré-aprovada junto à instituição financeira. Não é preciso possuir um cartão de crédito.
O Pix parcelado permitirá a compra de um produto ou serviço sem que o consumidor possua saldo disponível e sem a necessidade de recorrer a linhas de crédito rotativas e mais caras, explica a Febraban.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos, a precificação da oferta de crédito segue as políticas de cada instituição financeira ofertante.
As instituições financeiras não são obrigadas a oferecer o Pix parcelado. Portanto, a opção está disponível aos clientes de bancos que implementaram a modalidade.
