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OPINIÃO: Os desafios do PT para as eleições 2026

In Política
outubro 30, 2024

O resultado das eleições municipais de 2024 em todo o país não foi o que a esquerda e o Partido dos Trabalhadores esperavam. O PT conseguiu eleger prefeito em apenas uma capital, em Fortaleza/CE.

No estado do Rio Grande do Norte essa realidade também se repetiu. O Partido não elegeu prefeito em nenhuma das principais cidades do estado, o que pode agravar a sustentação política do partido para uma nova eleição para o governo em 2026.

Detentor de um governo que possui uma das piores avaliações do estado, o PT se vê obrigado a refazer os seus planos e traçar um nova rota de alianças se desejar continuar a fazer parte do governo no estado. O Partido depositava toda a sua confiança na eleição da deputada federal Natália Bonavides para a prefeitura do Natal, fato não concretizado com a disputa  do 2º turno na capital.

Sem a construção de nomes potenciais que possam substituir uma candidatura própria, ainda que com uma grande rejeição, todos o nomes do partido que detém mandatos no estado lutarão com todas as forças para renovar os seus mandatos na Assembléia legislativa e Câmara federal.

A governadora Fátima Bezerra está em seu segundo mandato e portanto não poderá disputar as eleições para o governo nas eleições de 2026.

O PT não havia pensado na possibilidade de insucessos nas eleições municipais, não construiu alternativas e até agora, não tem trabalhado alianças que possam garantir a sequência da sigla na governança estadual.

PSDB e MDB já sinalizaram que caminham juntos nas eleições de 2026. Os dois partido são aliados do governo do PT no estado e juntos apoiaram vários projetos eleitorais em vários municípios, no entanto, não se sabe de nenhuma discursão que envolva um projeto majoritários entre esses partidos para as próximas eleições.

Executiva nacional do PT esteve reunida esta semana discutindo resultados das eleições municipais – Foto: Comunicação/PT-MG

A fragilidade do governo Fátima Bezerra tem aumentado as expectativas de que o principal nome do MDB, vice governador Walter Alves, já não tenha tanto interesse em ser candidato ao governo estadual, mesmo que receba o apoio do PT. Walter tende a buscar uma vaga a Câmara dos deputados, aumentando ainda mais a disputa entre os governistas que buscarão renovar seus mandatos, neste caso, os deputados Fernando Mineiro e Natália Bonavides.

Nessa discursão, não está descartada uma candidatura da governadora Fátima Bezerra à Câmara federal.

Inicialmente, Fátima seria candidata ao Senado. Porém, dado a sua fragilidade política no momento atual, essa candidatura representaria um risco.

Teoricamente, esse é o quadro que se mostra no momento atual no estado para o PT em relação as eleições de 2026.

Brasil

Não muito diferente das dificuldades do governo do RN, o governo federal também tem grande desafios para destravar pautas importantes no congresso nacional. O PT conta com o apoio de 15 governadores de um total de 27, enquanto na Câmara dos deputados o governo tem o apoio de  cerca de 235 deputados entre as alas de esquerda e centro-esquerda de um total de 513 parlamentares.

Essa dificuldade tem levado o governo Lula a negociar incansavelmente, tendo que ceder em muitos projetos apresentados, mesmo a contragosto do governo e do partido.

Vale salientar que em muitos casos, alguns parlamentares que votam com o governo em Brasília, fazem oposição em seus estados quando governados pelo PT ou alguns aliados, dificultando muitos processos político-eleitoral de interesses do PT.

Associado a esse “drama” do governo com o congresso, o PT viu o grande crescimento da direita com eleição na maioria das capitais brasileiras.

Além de já governar o principal estado da federação, São Paulo, hoje a direita também governa a principal e maior cidade do Brasil, São Paulo, que apesar de governada por um nome do MDB, Ricardo Nunes, o enquanto partido aliado do governo Lula, o seu gestor tem fortes laços com a direita brasileira.

Os desafios não param apenas nesses dois casos. Outros grande e importantes estados da federação com grande potencial eleitoral e econômico, situados nas regiões centro oeste, sudeste e sul, são administrados por governadores de direita ou centro-direita, fato este que não se confirmou com um problema para o PT nas eleições gerais de 2022 e que terá que enfrentar no próximo pleito.

Influências externas

O crescimento da direita, conquistando governos importante em todo mundo, principalmente na Europa, na Argentina com Javier Milei e a iminente eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, afetam significativamente os interesses do PT para uma eleição que certamente terá o Partido como protagonista, seja com uma candidatura para um 4º mandato de Lula ou um outro nome que venha a sucedê-lo.

O cenário é de ligeira preocupação, no entanto, se espera que até o final do segundo semestre de 2025, algumas discussões internas sejam superadas no PT, promovendo um maior abertura com alguns partidos, repetindo o feito de 2014 quando aconteceu a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Naquela ocasião, vários nomes tidos como adversários ou opositores, estando em outros partidos, terminaram filiando-se ao PT e até integraram o governo naquele no mesmo período.

Por enquanto, o PT  segue refazendo as contas e tentará reordenar o mapa político com perspectivas de um futuro mais tranquilo pois o momento, gera preocupações.

 

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Marcel de Lima, é Jornalista e publicitário. Graduado em marketing e pós-graduado em Jornalismo. Atuações em assessoria de imprensa, diretor de criação, redator e editor de notícia, apresentador e comentarista em emissoras de rádios e televisão.